Meu rapaz, que porra traz? Que mal tu faz sem ver a mais? Que porra faz À quem não sabe quando é noite, quando é tarde Quando chega o covarde? Porque a vida tudo leva A morte é fria, só na espera Dessa porra pra acabar Mas que porra vai restar? Sem ter a nada Na cidade que acautela com a tal de febre amarela Que não cansa de matar Em caso de corte nos lares Caminhe na tragédia e se mova aos pares Todos em seus lugares Tudo nas suas mãos Então prossiga meu irmão Pois porra nenhuma vai mudar Mas que porra eu vou contar em minha chegada Em porra de lugar nenhum? No Cemitério do Araçá Que é o meu lugar Aperte o cinto da esperança Alimente a sua pança emparelhada com uma história de ninar
Em outra vida, outro clique Encarando a tela fria Embalado na retina Emparalhando na Paulista Encalhado na piscina de um chão bem chique Encaralhado na farinha Em outra porra de dia a demorar Em volta da lua sangrenta Ninguém mais lamenta a chuva de urubu Então vai tomar no cu Mas cuidado, rapaz Dinheiro cagado fede demais A ponto de ser amado Por todo aquele vê asfaltado Seu cérebro podre, acabado Acabou-se o medo da grande revolta popular Da população enrabada Enrosco na cabeça de quem tem em si mesmo o Caos E também não entende mais nada Mas que porra engraçada A minha geração que se sente culpada Pela porra do lugar Que já existe a muito tempo Antes mesmo da estação da Luz E o viaduto do chá Mas mesmo assim nasça, cresça, ande e apareça Sua palavra vale um tiro, vê se acerta na cabeça Encontre a sua história la parada na memória E veja glória que era sonhar e perceba Que a vida não é moleza Vai roubar tua mesa Vai manter sua pobreza Vai nutrir tua tristeza A não ser que caminhe com os olhos em pé Mas não mantenha sua fé se ela engole toda sua sanidade e gira em torno da maldade Bem lhe quer, mal lhe quer na colher Bem lhe quer, mal lhe quer na colher Mas que porra é essa rapaz Mas que porra é essa? Bem lhe quer, mal lhe quer, bem lhe quer, mal lhe quer