Eu já perdi a dignidade Perdi a conta da idade Joguei meus sonhos na lixeira Minha cama é uma cadeira
Derramei perfume na pia Larguei a garrafa vazia Fechei minha conta no bar Quebrei o meu celular
Mas tanto fiz e nem sei se você me quis Onde pus meu nariz? O que faço, me diz? Se nem por um triz consegui ser feliz Fechei a ferida e agora sou só cicatriz
Então entendo que é danado Nunca ter me apresentado Sei que fica difícil ser visto Por quem nem sabe que existo
Talvez se eu chegasse no lance Pudesse ter alguma chance Como saber do meu sentimento Por transmissão de pensamento?
Acho que sou mesmo o culpado Ficando de longe calado Um dia, quem sabe eu conto Sobre meu amor, é isso e pronto
Até lá, sigo triste Chorando pelo que não existe Mas nêga, não me nega o direito de ser brega
Nêga, não me nega o direito de ser brega Não nega, nêga, o direito de ser brega Nêga, não me nega o direito de ser brega. Sou brega
Contratei um carro de som Escrevi no espelho com batom Costurei minha cueca marrom Comprei flores e bombom
Botei o lençol pra lavar E o disco do Soriano pra tocar Agora só resta dizer porque ia Todo dia na sua padaria
Compositores: Paulo Henrique Moreira do Valle, Leonardo Hubner Nascimento Cotta (Leo Nascimento) ECAD: Obra #34612391