Léo Nascimento (MPB)
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O Direito de Ser Brega

Léo Nascimento (MPB)


Eu já perdi a dignidade
Perdi a conta da idade
Joguei meus sonhos na lixeira
Minha cama é uma cadeira

Derramei perfume na pia
Larguei a garrafa vazia
Fechei minha conta no bar
Quebrei o meu celular

Mas tanto fiz e nem sei se você me quis
Onde pus meu nariz? O que faço, me diz?
Se nem por um triz consegui ser feliz
Fechei a ferida e agora sou só cicatriz

Então entendo que é danado
Nunca ter me apresentado
Sei que fica difícil ser visto
Por quem nem sabe que existo

Talvez se eu chegasse no lance
Pudesse ter alguma chance
Como saber do meu sentimento
Por transmissão de pensamento?

Acho que sou mesmo o culpado
Ficando de longe calado
Um dia, quem sabe eu conto
Sobre meu amor, é isso e pronto

Até lá, sigo triste
Chorando pelo que não existe
Mas nêga, não me nega o direito de ser brega

Nêga, não me nega o direito de ser brega
Não nega, nêga, o direito de ser brega
Nêga, não me nega o direito de ser brega. Sou brega

Contratei um carro de som
Escrevi no espelho com batom
Costurei minha cueca marrom
Comprei flores e bombom

Botei o lençol pra lavar
E o disco do Soriano pra tocar
Agora só resta dizer porque ia
Todo dia na sua padaria

Compositores: Paulo Henrique Moreira do Valle, Leonardo Hubner Nascimento Cotta (Leo Nascimento)
ECAD: Obra #34612391

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