Noite de inverno gelado Ela vem pelo costado e se esconde no galpão Trança a clina da potrada Canta dança e dá risada, metendo medo no peão
É a bruxa aqui da estância Que assombrou minha infância e hoje voltou pra assombrar Que me espia da janela, do meu rancho sem tramela Quando empeço a milonguear
Bruxa véia campesina É uma formosa china que se perdeu por aqui Te canto essa melodia Pois eu sei que todo o dia vem pro galpão pra me ouvir
Dizem que tu é malvada Que tu é alma penada e que não tem coração Sei que tu é muy gaúcha Me responda dona Bruxa porque ronda meu galpão?
Em noite de lua cheia Tua vassoura veiaqueia e até escuto os laçassos Essa Bruxa é muy gineta Crava espora na paleta e até arranca pedaço
Pra mim que vivo lidando Junto uns cobre trabalhando nessas estâncias gaúchas Pouca coisa não me assombra Pois a miséria que ronda, é pior do que essa bruxa
A senhora não se acanha Bruxa veia de campanha venha pro galpão comigo Com grande satisfação Vou cevar um chimarão, pra matear junto contigo
Compositor: Leonardo Quadros de Medeiros (Leonardo Quadros) ECAD: Obra #11583367 Fonograma #3400546