Leôncio Severo
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No Rancho Das Querendonas

Leôncio Severo


Lua grande, noite clara
Como para estender a carona
No rancho das “querendonas”
Governava o bate-coxa
Trote largo, rédea frouxa
Cheguei “mamao”, e por loco
Fui pagando e não quis troco
E me enlotei com as “morocha”

Peguei pra o lado da copa
E os camoatim se amontoavam
As traíras beliscavam
Mais ariscas que quatiara
Quem não se arrasta, dispara
São tudo de pouca cincha...
Depois que a gaita relincha
Perdem a vergonha na cara!

Total... eu não tenho medo
Dessa tal de assombração
Não sou de cruzar a perna
Nem que rebente o tentão!
Se o mundo é dos corajosos
Campeio um lugar na aldeia
Quanto mais a toca é feia
Mais me agrada “arrumá” um poso

Depois de mete umas canha
Se “floriamo” com as tinhosas
E dando linha na prosa
Largamo os cusco no mato...
E atropelamo de fato
Pra ver o jeito que esbarra
De-lhê pandeiro e guitarra
E eu firme, que é um carrapato.

No rancho das “querendonas”
Quando a cordeona se alça
A poeira e a fumaça
Fazem adorno no pala
Na volta escura da sala
Saquemo a lonca do couro
Se não se quadra um namoro
O baile acaba na bala.

Compositores: Anomar Danubio Machado Vieira, Juliano Marcio Gomes Avila (Juliano Gomes)
ECAD: Obra #6702390 Fonograma #1569748

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