Fim de tarde balconeiro Golpeando um trago de canha Foi quando mirei a sanha Que largou o bolicheiro Pois chegava outro matreiro Em frente ao rancho quinchado A donde atei meu bragado Num garupa palanqueiro
Repuja que traiçonera A sorte que se despiona Floreou uns baixos a cordeona Num tranco firme de touro Já prenunciando o estouro Quando o índio entrou na sala De chilena adaga e pala Semblante de gavião mouro
Pero fiquem-se senhores As voltas que dá o pago E o quanto retorna amargo O mal que se faz na vida Andava dobrando a lida Buscando plata pra o rancho Quando lá bateu um carancho Roubando pilcha e comida
E não é que na boca da noite Num bolichito fronteiro Me topei com meu sombrero Passeando em outra cabeça E por incrível que pareça Andava junto minha rastra E nesse caso me basta Pra julgar e dar a sentença
"Buenas noites pilcha nova" Saludei o mala branca Que já manoteou na anca E se parou pra um costado Eu vim mal intensionado Depois que prendi o berro Saímo trançando o ferro Num compassito chairado
De vereda a povoadeira Levantou do chão de saibro Foi quando bombiei o caibro Donde alumbrava o candieiro Levei o pala primeiro E cerrou a escuridão Só se ouvia de botão
Florear das mãos do gaiteiro Se via o clarão da lua E um vulto cruzando a porta E o de mas que mas importa Me desparou o matreiro Mas esqueceu do sombrero E da rastra no costado Donde tava meu bragado Num garupa palanqueiro