Pela cordeona do tempo que abre o fole e não fala Muita moça de campanha bailou seus sonhos na sala Muito romance fronteiro, desses que a noite ainda embala Teve um floreio primeiro nos alvoroços de um pala
Quanta saudade perdida nos toques desta cordeona Ensinou para o pago essa vaneira chorona E muito foia a razão de uma noite redomona De se entregar o coração pra os olhos d'alguma dona Pela cordeona do tempo, nos ranchos beira de estrada Alumbrados de candeeiro, clareando a copa e mais nada Quanta promessa foi feita no escuro de uma ramada Pra muita moça direita perder-se na magrugada
Quanto trago, por desgosto, já se golpeou no balcão Ouvindo sem por sentido essa gaita de botão Dos que procuram no trago uma verdade ou razão Pra desfazer um estrago guardado no coração
Pela cordeona d tempo que abre o fole pra vida Quanta alegria fez casa, quanto rincão deu guarida Quanto gaúcho campeiro, campeando alguma investida Abriu o peito troveiro, contando os causos da lida Quanto adeus que ficou, quanto adeus que virá Nas vozes de uma cordeona há muito que se cantar Porque há quem tome um gole mirando a luz de um olhar Bem antes que feche o fole e depois que o baile acabar.
Compositores: Leonel da Silva Gomes (Leonel Gomes), Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira), Juliano Marcio Gomes Avila (Juliano Gomes) ECAD: Obra #2916230 Fonograma #1506493