Sou teu ego descuidado Aquela coisa que você deixou de lado E maltratou todo o Jazz que’u tinha Dentro de mim. Sou teu rosto do avesso Me vendi pelo teu preço E o nosso amor a gente fez Nas noites que não estava a fim. A fim! A fim de dizer teu nome nas horas E que a minha desculpa é a tua demora E que no meu manifesto não pus o teu nome Dizer que’u não presto só vai te fazer morrer de fome. Você sacrificou o sax que trazia Aquela inseticídia melancolia Que’u sabia não ser minha. Você me ditou o regime E me deixou no cenário do crime Na cena sozinha Eu rezava por mim. Na ribeira dos prédios teu tédio devora Dizer qualquer coisa, menos agora Em que sou teu cadáver e te faço besteira Você não tem CPF e eu perdi a carteira. Só teu rosto machucando minha flor Pode ver por qual entrada se tange a dor Copiei tua jogada e quebrei a cara Porque você já tinha perdido o gol. Perdido o gol! O gol! O gol! Sou teu elo perdido nas noites insoantes Ímpeto pessoal de total amante Brilho sem dedo e rosto colado Você se descuidou e eu paguei teu pecado. Mas não chega, não basta, há devoradores no mundo E todo teu tempo é meu terceiro segundo Defumei o quarto, não cheirei teu perfume Vou morrer na farra, você de ciúmes. Mas não estou afim! Afim de dizer qualquer coisa de volta Meu coração inculto só estudou a revolta Inspecionei teu desejo, travesseiros e barbeador Meu gesto deixado há de ser tua dor. Mas não estou afim!
Compositor: Leonia Maria de Oliveira (Leonia Oliveira) ECAD: Obra #30023916