Está findando o meu tempo, a tarde encerra mais cedo, Meu mundo ficou pequeno e eu sou menor do que penso. O bagual tá mais ligeiro, o braço fraqueja às vezes, Demoro mais do quero, mas alço a perna sem medo!
Encilho o cavalo manso, mas boto o laço nos tentos, Se a força faltar no braço, na coragem me sustento!
(Se lembro os tempos de quebra, a vida volta pra trás. Sou bagual que não se entrega assim no más!) Nas manhãs de primavera, quando vou para rodeio, Sou menino de alma leve voando sobre o pelego. Cavalo do meu potreiro mete a cabeça no freio, Encilho no parapeito, mas não ato nem maneio!
Se desencilho o pelego cai no banco onde me sento, Água quente de erva buena para matear em silêncio!
(Se lembro os tempos de quebra, a vida volta pra trás. Sou bagual que não se entrega assim no más!)
Neste fogo onde me aquento, remôo as coisas que penso, Repasso o que tenho feito para ver o que mereço. Quando chegar meu inverno, que me vem branqueando o cerro, Vai me encontrar venta aberta, de coração estreleiro,
Mui carregado dos sonhos que habitam o meu peito E que irão morar comigo no meu novo paradeiro!
(Se lembro os tempos de quebra, a vida volta pra trás. Sou bagual que não se entrega assim no más!)
Compositores: Ewerton dos Anjos Ferreira (Ewerton Ferreira), Antonio Augusto Brum Ferreira (Antonio Augusto Ferreira) ECAD: Obra #28491 Fonograma #943444