Eu fui à Europa, Pra cantar samba-de-breque, Numa radio de lá, Quando estreei, foi um chuá, Meti minha bossa, Pra mostrar que a gente nossa, Também sabe cantar, Com aquele molho de abafar, Mas de repente, Quando eu atuava naquela estação, Senti no estúdio, um barulhão, E correrias, tiros, comandos, uma confusão, Pararam até com a irradiação, Fui agarrada por dois soldados e um oficial, Que disse: é a tal, Que diz ser artista, Mas que não passa de uma espiã, Vai ser fuzilada amanhã".
Eu disse logo: " Mas essa gente está equivocada, Eu canto samba e mais nada " Me responderam: "Este seu samba é mensagem cifrada, Você está é camuflada " E me encostaram numa parede, Em frente a um pelotão, Me apontando o coração, E esperando a fria ordem de execução, (Mas veja só que situação) Me perguntaram qual era a minha última vontade, E eu disse : A minha liberdade !, Mas o oficial sacou a espada e levantou no ar, Já iam me bombardear, Mas de repente a ordem "fogo" o oficial exclama: Eu acordei em baixo da cama, Foi um sonho, graças a Deus, Um sonho, nada mais, Eu vou deixar de ler jornais !