Ai! Meu Deus! Essa máquina aperreia (que aperriação) Passo o tempo trabalhando, em completa agonia Em total escravidão Mas eu já nem penso mais em voltar pro meu sertão (nham nham nhão, em voltar pro meu sertão)
Quando eu vim lá do Nordeste, eu era cabra da peste Patola e folgazão Trabalhando noite e dia, nem sabia que existia O índice da produção Os ome lá da indústria, era cheio de astúcia e de muita ilustração O patrão apoquentava e quanto mais eu trabalhava Menos eu tinha razão Eles vinha e dizia: Severino, seu destino é ser orgulho da Nação Se mostrar para o Brasil, inté na televisão Hora extra, mais apreço, tudo isso a baixo preço, era a competição E entonce eu fui eleito o Operário Padrão (nham nham nhão, o Operário Padrão)
Ai! Meu Deus! O mundo dá tantas volta (velho mundão) Na conversa com os amigo, eu fui vendo os perigo Recebendo informação E hoje eu nem quero lembrar dos tempo de servidão (nham nham nhão, dos tempos de servidão)
Minha vida de pelego se mudou c'o desemprego c'os tempos de recessão A fome foi apertando e em cada emprego que arrumava mudei minha posição Da imprensa perdi o medo, na prensa perdi o dedo, fui ganhando instrução Sempre bom cabra-da-peste, botei medo na Fiesp firme na negociação Eles ainda me dizem: Severino bom menino, deixa de subversão Tu acaba na cadeia, teu lugar é no formão Mas eu tenho confiança que esse Brasil-criança um dia vai ver Cada um se eleger o Operário Patrão (nham nham nhão, o Operário Patrão) O Operário Patrão
Compositor: Laert Julio Pedro Jesus Falci (Laert Sarrumor) ECAD: Obra #202838 Fonograma #1018965