Será índio o filho novo Que recebi destes tempos? Terá o sopro dos ventos E cantará ao seu povo? Pensando assim, vou de novo Á intenção de indagá-lo. Agora hei de cantá-lo Na eternidade de irmão, Pois traz o campo nas mãos E o sangue dos meus cavalos...
Indiozito curandeiro Dos meus espinhos que sangram... Das dores que arremangam Bombachas de peão tropeiro. Há um vulto em mim - noiteiro, Que reza em verso e que canta E, quando a luz se levanta Aos olhos baios do dia, Eu agradeço a poesia Que derramei da garganta;
Eu agradeço a poesia, Que reza em verso e que canta...
João antonio eu te batizo, Verso perfeito de pai, Nome composto que atrai, Porque lembrar é preciso. Se ao versejar me escravizo Diante á pena contida, Escorro - joão - dolorida A hora em que está teu mundo; E ás vezes respiro fundo, Te oferecendo esta vida...
O mundo é mundo e será Até quando deus quiser! Quando se pensa o que quer, Um pai ao filho dirá. Espinha e caraguatá, Dá sombra o umbu campeiro; O amor é mais que o dinheiro, O espírito - sim - é eterno, E só é frio o inverno Pra que não crê - curandeiro.