Já cantei os meus cavalos, já cantei os meus amores Pros cavalos dei arreios e pra elas levei flores Meus cavalos me levaram, junto ao destino de andar Nos cavalos tenho a vida, preso a vida meu cantar
Pitaluga de luzeiro, um gateado escarceador Vem nas bragas fulgurando, traços rubros de uma flor Pitaluga de luzeiro, com luzeiros no olhar O que ele traz nos olhos, trago eu no meu cantar
Canto mais um pingo bueno, companheiro de jornada Quando levo o pé no estribo, eu garanto a gauchada Se eu tapeio o aba-larga, por garboso abano a crina E campeio a flor mais xucra para trança de uma china
O maior dos meus pecados, eu pequei por um encanto Foi o roubo de uma flor, que floria um camposanto Na mais alta cruz de ferro, palanquiei o meu bragado Pela alma do meu flete, foi só meu este pecado
Pela flor que dei pra china, o pecado foi desfeito Pois decerto o falecido, me perdoou deste malfeito Espantou-se o pitaluga, quando a china fez a carga Por um beijo nem deu tempo de sacar meu aba-larga
Compositores: Guilherme Araujo Collares da Silva (Guilherme Collares), Lisandro Amaral Briao, Joao Rafael Teixeira Chiappetta ECAD: Obra #23026785 Fonograma #2394621