Lisandro Amaral
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Tempos Lindos

Lisandro Amaral


Tenho canções no assovio
Que juntei dos corredores
Misto de amargos e flores
RefrĂŁos de sangas e grotas
Sinais de loros nas botas
Riscos de espinho e espora
Ontem marcando o agora
Em cada verso que brota

Final de esquila na Estância do Arbolito
A trotezito larguei meu rumo na estrada
Pealei uns potros lá na Estância do Açude
Vim "jogá" um truco na venda da encruzilhada

Comprei uns "vĂ­cio" no "boliche" do Quintino
Por teatino me fui de trote chasqueado
Seguindo rumo chapéu com poeira na copa
"Faturá" tropa no Rodeio Colorado

Osvaldo Moura, JoĂŁo da Guarda e o Marino
Tavam domando na Estância das Casuarinas
Potrada linda com vigor de campo bueno
Trote sereno e maçaroca nas crinas

O negro Cléo laçava rindo de tirão
No mangueirão que o negro Adão embuçalava
CiĂŞncia de doma nas voltas do maneador
Fibra e valor nas tropilhas que amansavam

Escola antiga do tempo do Diamantino
ĂŤndio sulino com sabedoria pampa
Tinha marcantes traços da gente charrua
Na fronte nua livro de histĂłria na estampa

Xucras vivências pelos rincões do meu pago
Por isso trago no meu olhar de lagoa
Saudade funda nublando os rumos que tenho
De onde venho e a prĂłpria vida encordoa

Nesses caminhos beirando canhadas
Enxergo meu tempo na sombra que faço
Colhendo milongas das aves que cantam
E os pastos levantam depois do meu passo

Vive a carĂŞncia no meu canto de a cavalo
No jeito antigo que tenho de tempos findos
Da gente nobre que tinha campo no rosto
Da estância ao posto naqueles tempos tão lindos!

Compositores: Eron Vaz Mattos, Cristian Duarte Camargo (Cristian Camargo)
ECAD: Obra #11502393 Fonograma #25320318

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