"Aquele perverso fazendeiro era contra a natureza Em tudo que via no mundo, ele não achava beleza Tinha uma grande fazenda, a maior da redondeza Mas tinha um coração de fera, conhecido por suas proezas"
Trabalhava para ele o negrinho Sebastião Era uma pobre criança, que sofria em suas mãos Por ser muito religioso, era aquela judiação Pra aumentar o espanto seu, sempre que falava em Deus, apanhava do patrão
Veio a seca na fazenda, para tudo terminar E o pretinho vendo aquilo, com seu patrão foi falar O senhor deve ter fé, para Deus deve rezar Faça um pedido em prece, que o Senhor lhe agradece E a chuva cairá
O patrão ficou furioso e no negrinho bateu Mas a surra foi tão forte, que o coitadinho morreu Quando estava no caixão, seu patrão se aproximou Com desprezo e maldade, mostrando sua crueldade
Estas palavras falou:” Tome lá negrinho, leve essa moeda no caixão e diga lá pro seu Deus, mandar chuva no meu chão Já que acredita Nele leve pra Ele essa encomenda e que mande dez tostões de chuva na minha fazenda"
Logo depois do enterro veio um forte furacão Arrasou com a fazenda inundou tudo pelo chão O negrinho apareceu entregou ao seu patrão Novecentos réis de troco porque a chuva que veio Foi somente um tostão
Compositores: Waldemar de Franceschi (Nenete), Ozorio Ferrarezi (Itapua) ECAD: Obra #59405