Liu & Léu
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Um Tostão de Chuva

Liu & Léu

Luar do Sertão: Liu & Léu


"Aquele perverso fazendeiro era contra a natureza
Em tudo que via no mundo, ele não achava beleza
Tinha uma grande fazenda, a maior da redondeza
Mas tinha um coração de fera, conhecido por suas proezas"

Trabalhava para ele o negrinho Sebastião
Era uma pobre criança, que sofria em suas mãos
Por ser muito religioso, era aquela judiação
Pra aumentar o espanto seu,
sempre que falava em Deus, apanhava do patrão

Veio a seca na fazenda, para tudo terminar
E o pretinho vendo aquilo, com seu patrão foi falar
O senhor deve ter fé, para Deus deve rezar
Faça um pedido em prece, que o Senhor lhe agradece
E a chuva cairá

O patrão ficou furioso e no negrinho bateu
Mas a surra foi tão forte, que o coitadinho morreu
Quando estava no caixão, seu patrão se aproximou
Com desprezo e maldade, mostrando sua crueldade

Estas palavras falou:” Tome lá negrinho,
leve essa moeda no caixão e diga lá pro seu Deus,
mandar chuva no meu chão
Já que acredita Nele leve pra Ele essa encomenda
e que mande dez tostões de chuva na minha fazenda"

Logo depois do enterro veio um forte furacão
Arrasou com a fazenda inundou tudo pelo chão
O negrinho apareceu entregou ao seu patrão
Novecentos réis de troco porque a chuva que veio
Foi somente um tostão

Compositores: Waldemar de Franceschi (Nenete), Ozorio Ferrarezi (Itapua)
ECAD: Obra #59405

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