O meu primo da cidade, Veio aqui p’ra passiá. Veio todo bunitinho, Bem do tipo “Mauricinho”. E de nói já quis gozá.
Foi dizendo que o caipira, Nem falá sabe direito, Mai eu fui me defendendo, E já logo fui dizendo, Falá errado num é defeito.
|Nói é caipira, sim ! |Ocêis tem toda razão. |Nói pudemo se caipira, |Mai anói num é bobão ! Refrão | |Nói é caipira, sim ! |E nói tem orguio disso. |E se nói semo caipira, |Ninguém tem nada com isso.
‘Inda disse que aqui, Quando venta é só puera. E que lá na sua cidade, Tudo é limpo de verdade, E que lá num tem sujera.
Aqui nói temo puera, Mai é só chuvê que passa. Na cidade é um sarro, A puera sai dos carro, E enche o peito de fumaça.
Refrão |Nói é caipira, sim . . .
Depoi disse: na cidade, Tem piscina p’ra nadá. E que nói aqui do sitio, Nói num temo nada disso, Nói num tem onde banhá.
Aqui nói nada no rio, Que tem pexe é um colosso. Enquanto no rio doceis, Só tem pexe japoneis, C’oceis chamam de torosso.
Refrão |Nói é caipira, sim . . .
P’ra encerrá, foi me dizendo, O quanto eram evoluídos, Óia só, vejam voceis, Que banhero só p’ra “gay”, Lá já tinham construído.
Mai aqui o home é macho, As muié daqui que o diga. O “viado” é animar. “Sapatão” é p’ra carçar. “Bicha” as vei dá na barriga.
Refrão |Nói é caipira, sim .
Compositores: Amauri Nero, Chico Francisco, Henry Caldeira E Rafael Manzatto