Certa vez uma caneta foi passear no sertão Encontrou com uma enxada fazendo uma plantação A enxada muito humilde Lhe foi fazer uma saudação A caneta soberba não quis pegar na sua mão E por desaforo quis lhe passar uma repreensão
Disse a caneta para a enxada Não vem perto de mim não, Você tá suja de terra de terra suja do chão Sabe com quem ta falando veja sua posição E não esqueça a distância da nossa separação
Sou a caneta dourada que escreve nos tabelião Escrevo pros governos a lei da constituição Escrevo em papel de linho Pros ricaços e pros barão Só ando nas mãos dos mestres Dos homens de posição
A enxada respondeu de fato eu vivo no chão Pra poder dar de comer e vestir o seu patrão Eu vim no mundo primeiro quase no tempo de Adão Se não fosse o meu sustento Ninguém tinha instrução
Mais que caneta orgulhosa vergonhada geração A sua alta nobreza não passa de pretensão Você diz que escreve tudo Mas tem uma coisa que não É a palavra bonita que se chama educação
Compositor: Teddy Vieira/Pedro AstenoriPublicado em 2020 (05/Fev) e lançado em 2020 (02/Fev)ECAD verificado fonograma #21478604 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM