Passando na mesma estrada Por onde meu pai passou Encontrei um velho amigo Que de lá nunca mudou Eu disse quem era eu Na hora ele se lembrou Fui amigo do seu velho Chorando ele me falou Você desapareceu Nem quando seu pai morreu Aqui você não voltou
Aquela prosa sincera Por dentro me retalhou Minhas pernas bambearam Minha visão embaçou A sua mão calejada Meus cabelos acariciou Me senti bem pequenino A verdade me calou Foi me dizendo contente Eu vou te dar um presente Que seu velho pai deixou
O seu pai foi um soldado Que lutou até morrer Que no fio do seu machado Fez muito tronco gemer Só ganhou o suficiente Pra vestir e pra comer Falava sempre do filho Que nunca veio lhe ver E esse chapéu de couro Foi dele o maior tesouro Que ele deixou pra você
Beijando o chapéu de couro A minha mente dizia Papai me dê seu perdão Pela minha covardia O diploma me deu tudo Só não deu sabedoria Não enxerguei a verdade Quando o senhor me via Este exemplo profundo O maior homem do mundo Foi meu pai, eu não sabia
Deus ali foi meu juiz E eu no banco do réu Pensando no velho pai Levei a mente pro céu Meu diploma na verdade Não chega nem na metade Da aba do seu chapéu
Compositores: Joao Benedito Urbano (Tiao do Carro) (SOCINPRO), Jose Caetano Erba (Caetano Erba) (SICAM)Editor: Fortuna (UBC)ECAD verificado obra #45842 e fonograma #263249 em 29/Out/2024 com dados da UBEM