Luciano Alves

Rantaigne

Luciano Alves

Caminhando


Vivia na lama, de parceria com o crime
Filho de uma boa dama com um burguĂȘs bandido
Cruz de Jesus sobre a mesa
E ao pé do livro o menino pensativo
Se perguntando qual a surpresa
Que lhe reservara o destino
Rantaigne, como era conhecido
Rantaigne, herĂłi dos desvalidos

Aos homens de boa tĂȘmpera arruĂ­na-se a fortuna, mas nĂŁo a coragem
Sentir-se Ăștil Ă© uma benção
Ser necessĂĄrio neste mundo Ă© ser solidĂĄrio

Ao pĂ© da cama, trĂȘs juramentos na parede
Não pertenço a este mundo de bacanas
Ao menos, o que vejo em minha frente
NĂŁo me interessa o ofĂ­cio pela grana, nenhum polĂ­tico me engana
Serei poeta, um singelo passageiro nesta nave que nos leva por inteiro
Rantaigne voltando para casa
Rantaigne cresceu e criou asas CHORUS

Pés descalços, colhendo bitucas de cigarro
Vida de percalços, malabares entre carros
Mente criativa bolando soluçÔes alternativas
Enquanto abstrai tudo que vĂȘ
Ele acredita ver nascer
No homem uma visĂŁo mais realista
Rantaigne, o doido pacifista CHORUS

Linda criatura, o homem que se vĂȘ escondido
AtrĂĄs da ilusĂŁo que se chama carne, o paraĂ­so dos sentidos
NĂŁo cometia o erro comum, de ver no exterior realidade
Limpava o mundo por onde passava, vivia de caridade
Rantaigne, todo sinceridade
Rantaigne, homem de verdade CHORUS

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