Me despedi sem palavras Da missioneira paisagem Nas barras da madrugada Em que abandonei meus demais O coração de gaiteiro Já tinha alçado viagem A tempo andava na estrada E agora eu ia de atrás A velha são luiz gonzaga Ficou na luz das retinas Quando eu entrei na argentina De balsa por são tomé E um "gendarme" da fronteira me perguntou O que levava? E "yo" lhe disse: A alma atada na gaita E a vida num chamamé!
Guri que nasce gaiteiro Não manda no seu destino Vem ao mundo peregrino Dos sonhos do pago inteiro E se ele for mensageiro Da pampa que nos iguala Sua canção quando fala Fala por todo campeiro
O coração de gaiteiro Aprende tudo de ouvido Por isso canta sentido A sina do peão campeiro Se a fome muda um posteiro E um verso traz a mobília E a gaita se desencilha Nos "causo" de um caborteiro
Refrão: Deixa que queime, queimando Deixa que bata, batendo Se o coração "tá" querendo Me manda que eu to cantando Por culpa desta cordeona Que me dá vida e me mata Já "tá" na capa da gaita O coração do gaiteiro
Um pago sem um gaiteiro` É um mato sem passsarada É noite sem madrugada É rancho sem candieiro Por isso todo gaiteiro Reponta sua existência Levando a voz da querência Como se fosse um tropeiro
E às vezes fico pensando Que o coração de gaiteiro Por nunca ter paradeiro Vai acabar me matando Então eu sigo teimando Pra ver quem cansa primeiro Mas coração de gaiteiro Morre batendo e tocando.
Compositores: Luiz Carlos do Nascimento Borges (Luiz Carlos Borges), Mauro Raimundi Ferreira ECAD: Obra #3058623 Fonograma #13627920