Eu e meu cavalo andávamos assim Ele olhando pro céu e eu pro capim Ele vinha voando pelo chão E eu sozinho pastando a solidão
Eu e meu cavalo não formamos par Ele vive feliz no seu lugar E eu carrego a saudade aonde for De quem anda a brincar com meu amor
Por isso toque a sanfona sanfoneiro Que eu andei o dia inteiro pra nesse bailão A moreninha que no meio de um suspiro Sem querer me deu um tiro e acertou meu coração
Trazer a mágoa pra afogar num baile bueno Procurando um entreveiro pra fugir da solidão É beber água depois de tomar veneno Só se morre mais ligeiro de saudade e de paixão
Cor de canela, flor do rincão Os olhos dela tão e não tão A vida não vale a pena sem ter paixão Morena vem na garupa desse baião
Quando o destino nos deu as cartas do jogo Fez arder no mesmo fogo a verdade e a ilusão Fiquei pifado sem saber qual a jogada Quando tu encostou uma espada contra um par de coração
Morena linda eu tenho cruza de cigano E a metade do teu plano eu vi na palma da tua mão Outra metade eu vou pagar pra ver de perto Porque eu sempre troco certo pelo jogo da paixão!
Compositores: Luiz Carlos do Nascimento Borges (Luiz Carlos Borges), Mauro Raimundi Ferreira ECAD: Obra #3058196 Fonograma #1323004