Venho ferido de um pontaço de chamarra quando me agarra vai direto ao coração não caio ao chão no aço branco das guitarras que eu sou benzido a canto a brasa de galpão
Eu escutei a liturgia da verdade bem quando a prima reza o terço com a bordona um verso antigo, uma chamarra de cordeona nas mão de terra do velho Armando Trindade
A mão do laço, mão do arrio e do buçal couro com couro sovado a golpe e tirão só mesmo a terra pra abençoar tuas mãos fazer tocar o cantochão fundamental
Som do teu canto misturado ao som da gaita cruzavam a taipa do açude grande da frente faziam eco na floresta da tapera e se aquietavam no fundo d'alma da gente
Que escola rude e babaresca tu cursavas que te levou a emparceirar com essa cordeona gaita que afina pelo tom das mamangavas vento cantando pelo buracos das tramas
Quem te assobiou chamarrita tão antiga quando voltavas de uma lida ou de um bolicho? Quem atirou nas ruas mãos esse feitiço que te pegou para dura por toda a vida?
Hoje, eu de rancho escorado na cidade miles de poetas e cantores por aqui mas o que eu escuto é a gaita bugra do Trindade marcando o tempo no interior do Cacequi
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Sergio Carvalho Pereira ECAD: Obra #17383447 Fonograma #18210260