Luiz Marenco
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Balcão de Pulperia

Luiz Marenco


A noite abraça a campanha
Aos olhos de um fim de dia
O negro escuro da noite
Na querência se estendia
Encerro a lida do campo
E o trato com a gadaria
Apeio bem na porteira
Chegando na pulperia

Num balcão de pulperia
De cotovelo escorado
Um buenas para o pulpeiro!
Num saludo apaisanado
A prosa se estende mansa
Pra quem relembra o passado
E o povo à dito em silêncio
Soluça o berro do gado

Num balcão de pulperia
Adonde o tempo olvidou
No ciclo das quatro luas
A saudade aliquedou
Num balcão de pulperia
Atento à face entretida
Se amarga a prosa com mate
Que adoça o amargo da vida
Se amarga a prosa com mate
Que adoça o amargo da vida

Dom cacho, almiro e facundo
Rondando a tropa na vila
Boiada de campo bueno
Donde a pastagem perfila
O rádio conta um aviso
Que vem chegando as esquilas
Vou centrar o fio da tesoura
Me ajusto pra ganhar uns pila
Vou centrar o fio da tesoura
Me ajusto pra ganhar uns pila

Pulpeiro me dá uma canha
E outra pra paisanada
Pra eu firmar bem o pulso
Golpeando a sorte cravada
Numa cancha de fronteira
No rincão da flor colorada
No ser solito na noite
Fundo de campo e de estrada

Num balcão de pulperia
Adonde o tempo olvidou
No ciclo das quatro luas
A saudade aliquedou
Num balcão de pulperia
Atento à face entretida
Se amarga a prosa com mate
Que adoça o amargo da vida
Se amarga a prosa com mate
Que adoça o amargo da vida
Se amarga a prosa com mate
Que adoça o amargo da vida

Compositores: Jari Lourenzo Terres Junior (Jari Terres), Fernando de Souza Soares (Fernando Soares)
ECAD: Obra #4179046 Fonograma #1668562

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