Um pampa-brasino mocho ganhou o mundo da porteira, Levantou terra por touro e disparou na mangueira. Eu ajeitava minha armada, quatro rodilhas e um destino, Num doze braças de oito do couro de um boi salino...
Zuniu o vento no céu, bateram bombos na terra, Era um encontro ao acaso, era um combate de guerra. Cruzou o pampa-brasino, meu laço seguiu seu rastro, Tava com fome de um pealo, pois foi lambendo o pasto...
O pampa juntou as mãos, deu cara-volta e planchou-se, Estendeu umas dez braças e depois acomodou-se. Parece que foi rezar pra o seu santo protetor, Mas o meu santo é mais forte e ainda é pealador!
Pois quando boto um pealo, meu tirador nem faz conta, Quadro o corpo e só escuto o estouro na outra ponta... Deixo assim, que se estenda depois que espiche meu laço, Que eu ainda me governo, seja com jeito ou no braço...
Logo se vem o capataz com a peonada apertando, Firma a cabeça e coleia por que a marca vem queimando. E a faca num serviço, por bem afiada se guia E deixa um risco de sangue coloreando na "viria"...
Depois foi um e mais outro, serviço de tarde inteira, Era um buraco no chão, na saída da porteira. (Pra resumir essa história, vou lhes contar como foi: Quando caía era touro, depois do pealo era boi...) Bis
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira) ECAD: Obra #1187628 Fonograma #666696