Não preciso quase nada pra vida de peão campeiro Espora, cincha, baixeiro, boieiras, luas e aguadas Um galo pras madrugadas, e uma guitarra pra noite Flor de trevo nas canhadas, maçanilha do horizonte
Tão pouco é o que se requer, prá vida das invernadas Um ranchito meia água que dê prá filho e mulher Cavalo forte altaneiro, boa rédea, boa cabeça Que se lembre se eu me esqueça das precisão de campeiro
Pingo de muitos segredos, sabe o que falta prá mim? Pelo cheiro do remédio que se aboca o criolim Pelo tinir das argolas que falta chave e cambona Pelo aroma do perfume que me vou pras querendonas
Não saio nunca das casa sem levar poncho imalado Pra um campeiro é um pecado as manga d'água do agosto Trago nas rugas do rosto as precisão da experiência Que a vida é como ciência foi me lavrando a seu gosto
Então não me falta nada prá cruzar por estes campos Um clarão de pirilampos e o pó da terra na mala O campo me deu a calma e o vento me deu a crença E a precisão da querência como municio pra alma
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Sergio Carvalho Pereira ECAD: Obra #272186 Fonograma #1719225