Um resto de madrugada um peleguito e o sogueiro Patrício um negro antigo reponta os gateado oveiro Vai rebenqueando sua sorte assobiando uma coplita Soluça um vento do norte na macega umedecida E um par de perro colera fareja lebre escondida
A mão troca a gajeta por alça de Paissandu E os ganchos de pitangueira se despedem dos couros crus Um gateado negaceia bem na porta do galpão Do couro de uma novilha pendurado no oitão Da uns bufido e se acomoda tranqueando qual redomão
Um ajeita os pelego o outro ata um bocal Um resmunga com o peçuelo o outro engraxa o buçal Esporas e garroneiras criolina em cano de bota O feitiço das maneias os laços a bate cola Perfil de estância e fronteira no rubro matiz da aurora
E se vão irmãos do vento com a alma galponeira Lhes gusta o tranco da vida ao estilo da fronteira Por pelo duro que são tapeiam bem o chapéu Navegam em barco crioulo quase bem perto do céu Renascendo a cada dia nas madrugadas de Deus
Aos olhos mansos de maio revisam no mais o outono Os que vivem de a cavalo e os mandamentos crioulos A sombra de um cinamomo serve um mate pra os domingos Algum jujo é um consolo se o coração tem basteira E a flor do campo é um regalo que a querência alcança aos filhos
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Marco Antonio Gotuzzo Antunes (Xiru Antunes) ECAD: Obra #278234 Fonograma #1583329