O chuvisqueiro da tarde, se foi virando aguaceiro Entrou a noite encardida, nas nuvens de pêlo osco Galopeadita garoa, encharca o poncho campeiro Pingam águas de sombreiros, nestes mangaços de agosto
A solidão toma conta, e aperta a chuva guasqueada Para alumbrar madrugadas, nenhuma nesga de lua Não se vê uma estrela nua, vir se enfeitar nas aguadas Meu pingo fareja estrada, jogo o freio e as cordas cruas
E então tu surge solita, como a flor do pajonal Como uma estrela bagual que é ninho, pão e candeeiro E o meu gateado assustado, que facilita e se nega Nem faz causo das macegas, só pra bombear teu luzeiro
Apressa o trote o cavalo, com ganas de galopear Não há como sofrenar o queixos de um coração O amarguear do galpão, já sinto adoçando a alma E a tormenta só se acalma junto as estrelas de chão
Amanhã se o vento muda, se vão as nuvens a lo léu Voltam as estrelas do céu clareando passos e ranchos Mas tu que embaixo das quinchas vistes crescer as melenas Segue templando morena, a raça bugra dos campos
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Sergio Carvalho Pereira ECAD: Obra #186224 Fonograma #13448