no laço espichado nas aspas do touro existe uma angústia que aos poucos se alonga; e a corda q vibra relembra no couro, no golpe da cincha,um bordão de milonga
o berro do touro cortando a distância é a própria milonga que chora com calma, nas noites silentes ressoa na estância e acorda as milongas que tenho na alma!
milonga da alma que brota sentida do campo tapera, tal fosse o capim; é um velho candeeiro no escuro da vida que acende as milongas que dormem em mim!
a vento do campo, se ter quem lhe chame nas noites escuras,assim se prolonga e açoita o encordoado das cercas de arame soprando a distância e tocando milonga!
o sol viageiro procura descanço e o rio milongueiro, na noite mais longa bordeja, em seus remos, na tez de um remanço lembranças costeiras de velhas milongas!
milonga da alma que verte da pele, no suor do campeiro que anda no fim talvez um apelo que o tempo revele a própria querência perdida em mim!
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Rodrigo Nolibos Bauer (Rodrigo Bauer) ECAD: Obra #1201707 Fonograma #666691