Silhueta de um fim de tarde, prenunciando a mesma sombra Do tarumã bem copado contra o lado do galpão Que larga fumaça branca no mais alto se desenha De certo é cambona e lenha na porfia do fogão
A gateada apura passo no acôo da cuscada Que faz festa com o retorno dos campeiros na mangueira
Silêncio se vai aos poucos pelas esporas nas pedras E os tinidos da barbela nos escarceios da oveira
Aos poucos, ouvem-se coplas num assobio compassado Que entram galpão à dentro, depois voltam mais sonoras
Se vão tirando a carona, o xergão e entram mais calmas Parecem que campo e alma se mesclam bem nessa hora
Água nos lombos suados, mais águas pras cambonas E o galpão se para quieto pra escutar um campeiro Depois do dia de lida, de invernada e rodeio Sobra tempo pra um floreio e um assobio milongueiro
Um mate recém cevado, silencia o galpão grande Reverenciando quietudes nas sombras que aquerenciei E quem refaz o seu dia de bem com a vida no campo Um pelego sobre um banco é mais que um trono de rei
Ficou um resto de pasto agarradito no freio Esporas mangos e laços e um silêncio esperando Alguém de alma lavada á debruçar-se no violão E tocar um milongão pra assobiar desencilhando
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira) ECAD: Obra #30964670 Fonograma #34079256