A poeira dos cascos, Baixava de manso, Ganhando a canhada, E o eco morrente da tropa pesada, mermava a loléu, Como envolto em um véu, Um par de aspas claras, A Deus levantava, Um franqueiro ponteava Mogindo tristonho, Olhando pra o céu.
O capataz pensa em seis dias de marcha, E mais cinco rondas, E bombeia horizonte, Pra ler pela barra, Que a chuva não vem. Com os anos que tem, Engordou a tropa Que estende e se alonga, Pra rede do areal um passo do rio, Até embarcar no trem.
Se finava um maio, Que já fora mês de tão grandes tropas, Campeiros regressam em capas e ponchos, Depois de dez dias.
Como estátuas de cerne, Quebrados de abas, E batidos de copas. Escortejam a volta, Coruja na trama, A estrada vazia.
Se foram sumindo os da última tropa, Na volta da estrada. E um ventito sureño. Assoviava cantigas, Chamando a invernia.
Vai com mãos macias, Brincando com areia De apagar pegadas Das tropas mais nada, Que marcas de fogo pelas sesmarias.
E vira primavera e o pasto rebrota Esquecido do fogo, Já pro anos nas safras, Não cruzaram xucros pelo corredor, Sobram os homens do basto, E do meio um capão que baixou dos pelegos. Culatriar seus recuerdos, Com as cercas da estrada, Gritando em fiador.
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Sergio Carvalho Pereira ECAD: Obra #1475568 Fonograma #666692