Nas estâncias de Bagé Gastei esporas, caronas; Abri rastos nos serenos Em contrabandos e domas; Guardei relinchos de de potros Nas ileiras da cordeona!
Sobra cavalo pra cantar este Rio Grande, Largo a cabeça do meu verso pêlo mouro, Sou crina grossa crioulo dos olhos d'água E peão campeiro da estância Rincão dos Touros.
O Grujo velho, capataz há muito tempo, Meio lunanco das tropadas que levou E mesmo assim segue bolcando a cada pealo Xucros e malos que o destino le entregou.
Na recolhida o negrinho salta em pêlo Numa gateada mui lerena e traiçoeira Se esconde a cara, no sair do parapeito, Já de vereda enreda a marca na soiteira.
A cachorada, no movimento da encilha, Faz uma festa, de latidos, esperando Que a indiada saia pra fazer um costadito Num desbocado que se arrasta corcoveando.
O Zaragoza, cria de allá do Uruguai, Contrabandeou a própia vida para aqui, Passeando esporas nos velhacos das estâncias, Bandeando potros nas cheias do Piray.
E o Don Felipe, vaqueando desta fronteira Bateu na pra'o rumo da serrilhada Poncho emalado, pingos-de-muda por adiante Buscar uma tropa que hace tiempo foi comprada.
Rincão dos Touros, esperança de a cavalo, Na resistência, tranqueando de lombo duro; É um contramestre segurando a linha reta Que a tradição vem alembrando pra'o futuro.
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Eron Vaz Mattos ECAD: Obra #64301 Fonograma #394191