Se vai a tropa estendida, tranqueando por quase nada levando a léguas de estrada, sangue pampa e descendência pesando a marca da Estância, queimada na flor do couro boiada gorda e alguns touros, que vão povoar a querência.
São quase quinhentas rês, formando um corpo parelho mescla de branco e vermelho, da própria origem da raça cambiando um pago por outro no mando de um tropeiro que viu nascer esses terneiros, e a vida fazer negaças.
Enxerga maior a tropa, quem na culatra reponta que ás vez até perde a conta, olhando a mesma paisagem por diante rumo e destino, pra trás a marca dos cascos e a sombra rubra nos pastos, por onde vai de passagem.
Hoje por estes caminhos, que se abriram em tropeadas o tempo se fez de estrada, marcando cascos de bois e há seguir pra sempre, empurrando tropas mansas de pampas, que nas balanças, serão sustento depois.
“Cosa linda” vê uma tropa, tocada no corredor mas só quem vai no fiador, avista o pago primeiro afina a ponta, e encordoa, refaz a conta nas tarcas e depois bate na marca, pra só esperar no potreiro.
Quem olha de olhos rasos, talvez nem se dê por conta que junto à tropa desponta, bem mais que a raça do gado mal comparando esta tropa, pela estrada se estendendo é o sangue pampa correndo, nas veias do nosso estado!
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira) ECAD: Obra #1646819 Fonograma #1209878