Às 3 da madrugada, sozinho na estrada Me perguntando se os meus pés tomaram a direção errada Mas era tudo ou nada Sem meio termo, tinha que ser por mim mesmo Se eu quisesse ser mais que piada
Eu fui na calada, sem despedida e sem avisar Porque te ver chorar e sofrer me dó só de imaginar E foi por isso que eu escrevi Porque não ia ser fácil de dizer O que você não ia suportar ouvir
Essa vontade de retroceder me tira a paz Não vai se arrepender que agora é tarde demais No fundo, tudo se encaixa Igual esses raps são papel e caneta Irmão, viver é desenhar sem ter borracha
De cabeça baixa, fone de ouvido e uma missão Mudar o mundo fazendo dessas linhas meu ganha pão Pra aquelas noites sem dormir não ser em vão Não era você que sempre disse que eu ia longe Pois é, tinha razão!
Então, se você tiver lendo essa carta agora É porque provavelmente eu já fui embora As portas tão se abrindo pra mim lá fora E eu não podia ficar dependendo sempre da senhora, né!
Eu nem olhei pra traz Com medo de não conseguir seguir em frente Peguei a mala e seu retrato Entenda que o mundo é grande demais Pra caber na janela da sala Muito menos na do meu quarto
Eu fiz o que a senhora me ensinou Acreditei num sonho e olha aonde esse sonho me levou Pra longe de casa Desculpa, saí do trilho Mas não se preocupa Porque hoje seu filho criou asas
Então aguenta firme, mãe Que um dia eu volto Não pra te dar dinheiro, casa, carro e nem champanhe Mas pra retribuir um favor E devolver o que de melhor você me deu Amor
Compositor: Bruno Bernardo Silva da Rocha (Mabili) ECAD: Obra #11785817 Fonograma #10027696