Bendita esta forma de vida Por mais estranha que seja Não há outra maior... Bendita travessa da palha A de uns olhos garotos Onde o fado é loucura.
Bendita essa rosa enjeitada Rosa branca delicada Ou rosinha dos limões. Bendito miúdo da Bica Bendigo a história que fica Do pulsar dos corações.
Bendito fado Corridinho ou compassado Choradinho ou bem gingado Em desgarrada singular Bendito fado Bendita gente No seu estilo tão diferente Numa fé que não desmente A sua sina de cantar Bendito fado, bendita gente.
Bendita a saudade que trago Que de tanto andar comigo Atravessa a minha voz. Bendito o amor que anda em fama Numa teia de enganos Ou feliz, qual água que corre.
Bendita rua dos meus ciúmes Do silêncio ao desencanto Não há rua mais bizarra Benditas vozes que cantam Até que a alma lhes doa Pois foi Deus que os fez assim.
REFRÃO
Bendita velha tendinha De uma velha Lisboa Sempre nova e com gajé Bendita traça calé Carmencita linda graça Tão bonita a tua fé.
Bendito presente e passado De mãos dadas num verso em branco À espera de um futuro Bendigo essas almas que andam Uma vida à procura De um luar que vem do céu.
Compositores: Luis Manuel de Oliveira Fernandes, Teresa Mafalda Nunes Arnauth Figueiredo (Mafalda Arnauth) ECAD: Obra #3528547 Fonograma #6114104