É muito tempo a desejar o tempo De mudar ventos, levantar marés É muita vida a desejar o alento Que faz saber ao certo quem és
É funda a toca onde te escondes tanto Tem a distância entre o silêncio e a voz A vida rasga bocadinhos gastos do mundo Vai descascando até chegar a nós
E tu que sabes tanto de mim Tu que sentes quem eu sou Dá-me o teu corpo como ponte que me salva Do que o medo fechou
São muitos dias a perder em vão Sem nunca entrar dentro de um labirinto É muita vida a não ser o que tu sentes A planar sobre o que eu sinto
É quase noite, não te escondas mais Vai desatando até entrar o ar Dá-me um gesto que me diga o teu fundo Uma palavra para te tocar
Tu que sabes tanto de mim Tu que sentes quem eu sou Dá-me o teu corpo como ponte que me salve Do que o medo fechou
Tu que sabes tanto do sol És uma espécie de outra margem de mim Olha-me dentro como chão que me agarre
Pode ser esta noite quente A estrada aberta mesmo à nossa frernte E tu e eu a descobrir o ar Não é preciso correr Não é urgente chegar O que é preciso é viver
Compositor: Ana Mafalda da Veiga Marques dos Santos (Mafalda Veiga) ECAD: Obra #14886501 Fonograma #1851204