Made In Quebrada 2
Nóis tá portando prata
Ratatatatata
Virei méritocrata
Ratatatatata
Não vivo pra ser pirata
Os bico me destrata
Favela executivo
Dentro de uma Nissan prata
Mato a fome ou ela me mata
Tô que pique vira-lata
Deslocado
Minha arte é abstrata
Sério, mistério
Não quero quero minério
Da mina de ouro é vero
Faço o que quero
E eu quero tudo
Porque eu comecei tudo
Do menos zero, não é lero
Mano eu tô gasto a vida
Tá me usando mais do que o necessário
Vim debaixo, visionário que não teve empresário
Governo fez de otário, crime veio recrutar
Ouço fé, ouço fé, ouço fé, ouço fé
De quem tá fraco
Lúcifer, Lúcifer, Lúcifer, Lúcifer
Tô tipo Baco (iluminado)
Mano Flér, Mano Flér, Mano Flér, Mano Flér
Fui inspirado
Sou meu salvador, e meu condenador
Fragmentado em código binário
Nordestino pé cinzento, agora pé vermelho
Fechadão com norte do Paraná
Passando a visão, que se passa na quebrada
Que passei, não ouvi falar (ham)
São tantos se iludindo, e caindo numa
Vida que hoje em dia dura tão pouco tempo
Conquistando ouro e prata que jamais
Vai te tirar do jardim do sofrimento
Lamento, você pai e mãe que tentou
Criar o seu filho de forma honesta
Passando o pão que o diabo amassou
Pra depois vê-lo com um tiro na testa
Esse é o futuro da nova geração que
Escolhe o mal caminho
Eu como pai já começo me preocupar
Com meu menor que só tem 3 aninhos
Por isso tento ser o espelho dele
Da melhor forma possível
Educando e alimentando com dinheiro suado
De um trabalho digno
Quebrada, Quebrada não existe porra
Isso é o que querem que acreditamos
Ou será que isso é só pra, não mostrar
A família quebrada no topo chegando?
Portanto praata
Sem os gra tá tá tá tá tá tá tá tá
A coroa sorriu, cê num viu, viu
Hey tio, choro de madrugada da da da
Sonho de me ver, de terno e gravata
Família formada, diploma na mão
Não de balaclava na agência
De fura, plaw rendendo o boyzão
Meu parceiro caiu, vishi sujou
Os cop arrastou pra trás da Dp
Torturado, reporter rindo
Lição de moral na Tv
Pode chorar, vai ter que engolir
Calma, calma segura a emoção
Maloqueiro na tela, sem grampo no pulso
Made in Quebrada, ascensão
Plata ou plumo? Iel deu o papo
Avisa os bico, que nóis tamo vivo
Quebrando maldição
Vilão do seu livro, herói pros menino
Querem nos deter?
Aquí não reina seu coração mau
Todavia somos 300 dos
7 mil que não se dobraram a baal
Henrique
Sem ramelação passando a visão
A rua é o palco
Made in Quebrada
Começamos jogando descalço
Na mira da ira, ganância, injustiça, mentira
Passando a visão
No rap eu busquei, eu acredito irmão
A minha salvação
Vi que o chicote estrala
Que a língua que fala demais paga o preço
Nunca desacreditei de ninguém
Quer cobrar? Te passo o endereço!
Um salve pros cria, nóis tá na ativa
É rap família, ideia positiva
No ringue trocando de igual
Rimando a quebrada mesma sintonia
Não quero pra minha, não quero pra sua
Arrasta as ideias de fazer loucura
Perdão minha coroa pelas madrugadas
Que te troquei pelas ruas
Beirando os 30, muito pra aprender
Meu sonho é ver a favela vencer
Corre pelo certo, e o certo parceiro
Vai depender de você
Eu amo a Deus e as crianças, nada
No mundo me importa, meto o pé na porta
Aos 45 do segundo vi que o céu abre as comportas
Orei vida torta
Falar pouco é virtude não se discute
Ninguém é perfeito, então não se culpe
Irmão se ajude, e nunca julgue ninguém
Poder de vencer todos tem
Idade nunca definiu sua maturidade
Poesia, fofocas não fazem
Não é viagem, no livro da vida
Cada um é um bom personagem
Cometemos erros, tem pouco emprego
Tem muito enterro, descendo os bezerros
Só no descarrego, sem medo
Pagamos no inferno sofrendo, vai vendo
Eu não tenho medo do confronto
Os planetas se chocam, e dos caos nasceram as estrelas
É fácil andar com vários, o difícil das pessoas
É sempre entendê-las
Sinto alegria sempre pelo mesmo motivo
Por ter uma família e estar vivo
E que papai do céu abençoe
Cara a cara doa a quem doer
Agradeço pela atenção
Um abraço pra gangue, tamo juntão
Só nas piroleta, mirabolante
Dando rasante, nóis passa a milhão
Na rua de asfalto onde um dia foi terra
Sempre mantendo a origem da quebra
Não me corrompo pelas moedas
Nossa cultura nasceu na favela
Entenda o ódio de cada letra
Base pesada, papel e caneta
Cada linha escrita é refeita
Quem fecha com nóis, sabe o que representa
E eu vou mais além, do pente da matraca
Chega de lágrimas, mão algemada
Não quero você lotando comarca
Ou sendo algemado pela força tática
A tática deles é o extermínio
Se é pra vencer no game
Cê tem que se manter vivo
Então cola com os primo, lindo e bonito
Fecha de estilo, sempre agressivo
Mantendo equilíbrio com o mesmo brilho
Avisa os comeria que nóis tamo vivo
Olha nóis de novo, levando
Representando nossa quebrada no topo
Servindo de exemplo pro meu povo
Paraná na cena trap, agressivi no jogo
Sem massagem, sem
Sem ramelar na cena também
Os cop já vem
Nóis vamos na fé de Deus, amém
Driblando injustiça, exclusão
Desigualdade social, racial, preconceito
Pique Neymar, nóis faz gol de placa
Em prol do Gueto
Nóis segue, segue na levada no flow
Nóis seguimos
Os bico se cala, fica em choque
Os verso estrala bonito
Aos 29 de idade, sigo dando papo reto
Sem curva na ideia
Shiu, silêncio, pega a visão
Escuta I love you quebra
Tecla pause não é necessário
Aperta repeat no radin, vai vai
Produto original
Gangsta, favela carai
Salve sangue nobre
Como que tá aí dentro?
Tá tudo organizado
Só tirando sofrimento
40 celular pra
40 mil detento
Ávida pros amigos
Que isso é tudo momento
No giro de quebrada
Traficante
Quantos craque de bola
Que eu vi virar assaltante
Vários talentos raro
Se afundando de rasante
Várias oportunidades
Mas eu pensei adiante
E a mulecadinha pensando
Que tá mamão
Toma celular
Depois paga de ladrão
Troca em mixaria
Pra torrar num balão
Não vai pra grupo não
Já dizia o Thiagão
Cê não queria ver um
Moleque de periferia
Filho da dona Nena ou
Da dona Maria
Que estourou a boa
Sem ripar, nem meter peça
Hoje olha pra minha cara
E fala quem diria
Pra quem não tinha voz
Hoje toca nos fones
Esse caminho
Não escolhi pelo cifrão
Sei que te revolta me ver
Atrás de um microfone
O que cê queria mesmo
Era me ver de camburão
Eu sou aquilo que
Você gostaria de ser
Não consegue entender
Então aprende odiar
Então peço a Deus
Que eu não me perca do caminho
E que a mão santa
Possa sempre me guiar
Meu som não alcança o Planalto central
Então como bater de frente com o sistema?
Falando palavrão é ofendendo o governo
Não vai resolver o problema
O primeiro passo
É saber quem me escuta
Jogar conversa fora só pra rimar
Vai fazer eu perder tempo nessa luta
Isso aqui é mais que música
A mensagem é pra entrar no coração
Pode até não ser comercial, não vai tocar na rádio
Mas vai fazer isso muleke não é trar pra facção
Nem postar foto fumando baseado
Achando que isso que é revolução
Nem pedir pra mãe pagar o advogado
Porque não ganhou dinheiro, só a fama de ladrão
O meu som é pra unir, não pra fazer
Irmão, chamar o outro irmão de alemão
É pra fazer o muleke raciocinar
Que o Pablo Escobar, não é herói, ele é vilão
Eu também já fui Vilão
Já cantei pra catar os plaquê e pra matar
Isso tudo faz parte da história
Passado é passado, e eu não posso mudar
Já tentei fazer revolução
E tratei irmão como inimigo
Já tentei fazer revolução e fiz
O que o sistema quis, vacilei, virei bandido
Não revolucionei nem minha vida
Era uma marionete e nem percebi
Única coisa que eu ganhei com a vida bandida
Foi o sistema olhar pra minha cara e rir
Revolução eu faço hoje
Honestidade sendo exemplo pro muleke
Pregando Cristo nas cadeia e nas quebrada
Mostrando que a missão vai muito além do rap
Compositores: Emerson Carlos Costa (Mano Fler), Thiago de Oliveira Castro (Thiacao), Jackson Frayle Toledo Campos (Mc Kako), Lucas Marlon de Almeida Ribeiro, Willian Luiz dos Santos Araujo (Makarraum), Jaziel Borges Simoes, Daniel Feitosa Araujo, Daniel Luan Dessio Sa, Everson Henrique Ribeiro Soares
ECAD: Obra #37446722 Fonograma #48178649