Quem escreve as letras dessa poesia podre Dia a dia a hipocrisia vem seduzir o teu bom senso.
Quem escreve as letras desse discurso inalterado E arrasta o que se move, disfarçando o céu de inferno
Hei malandragem! Qual o teu preço em tempos ruins?
Não me convenceram com algumas verdades de origem duvidosa E nem se quer me convidaram pra ser herói de um belo filme de terror Ainda a pouco descobri que as fadas tinham A inocência um tanto quanto perigosa E que os valores pouco a pouco se coroem na acidez de algo vulgar
Eu sou um mero errante ando por bares onde as luzes me confundem onde as pessoas se encontram pra fazerem previsões A cidade encobre os defeitos e mendigos enfeitam as ruas e debatem Preconceitos suas causas e curas
Temos de sobra o que não podes comprar Tenho um segredo que todos já sabem Eu tenho um livro que não conta o final
Mas ao invés de seguir o suicídio coletivo dos meus ídolos Usarei meus miolos primitivos dilatados Pra cultivar algo superficial que embaralhe e confunda Minhas únicas certezas E esquecer que vivemos só de restos E que somos o pilar que sustenta a corrosão
Ah! Eles nunca vão saber que essa canção Eu compus na meia luz da poltrona de um convencional Voltando da desgraça pra monotonia.