O meu coração pediu Que eu pegasse a viola Pra musicar alguns versos Que estavam na cachola Eu não discuto por nada Muito menos nessa hora Venho de terra distante E estou chegando agora
Só que gosto de viola Me perguntaram por que? No idioma caipira Agora vou responder Não sou do vento virado Não tenho pai assombrado Pra cantar sou calibrado Só pelo meu ponteado Não é difícil entender
Viola que não prestava Comigo ficou batuta Só canto fazendo amigos Eu não entro em disputa Para pontear dobrado Tenho um parceiro dos bão Não há dueto mais lindo Do que viola e violão
Pagode, moda de viola Pra cantar tem que ter peito Não pode ser mais ou menos Precisa fazer bem feito Não sou bagre de enchente Sou veneno de serpente Da vida não sou descrente Tenho uma paixão crescente Aqui dentro do meu peito
Canto no estilo de raiz Com raça e coração Presto atenção no que diz A palavra tradição Disseram em outros tempos Que a viola ia acabar Ela renovou as forças Defendendo seu lugar
Usando toda a expressão Viola é bom demais Veja quanto sentimento O som das dez cordas traz No cantar sou passarinho Não quero cantar sozinho Pra todos o meu carinho Abraçado nesse pinho Canto o pagode da paz