Mario Carva
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La Crisis (tradução)

Mario Carva


A crise


Eu vou te contar uma história

Que mais do que história é um drama

Desculpe se a emoção

Na minha garganta derrama


Isso foi estonteante

Acho que em menos de um ano

Eu fui para o fundo do inferno

E isso me machucou muito


Vinte anos da minha vida

Eu os deixo para uma empresa

E eles me expulsaram

Sem desculpas e de surpresa


Eles apontaram para a grande porta

Por onde entrei todos os dias

Eu saí com esperança morta

Sabendo que não voltaria


E quando seis meses se passaram

Para mim já era a urgência

Porque a greve acabou

E eu fiquei desamparado


Então o banco cobrou

A hipoteca com o apartamento

A mulher levou as crianças

Fiquei sem endereço fixo


Eu era faxineiro e negociante de sucata

Feirinha

Também babá de cachorro

Eles são preferidos mais do que crianças


Os bancos das praças

Eles são a sala de estar da minha casa

Quartos casuais

Se eles saírem do município


Eu tenho uma caixa de papelão

Isso serve de abrigo

Um pouco de vinho em uma jarra

Para esquecer minha bagunça


O carrinho que estou puxando

Contém toda a minha riqueza

As roupas sujas que estou trocando

Algumas fotos antigas e minha fraqueza


Eu nunca quis ser um mendigo

Antes de eu viver como você

Mas o poder do capital

Eu tiro o mínimo essencial


Saiba que ninguém é livre

Para viver este pavor

Voce tem que esconder sua vergonha

Para solicitar uma moeda por favor

La Crisis


Voy a contarles una historia

Que más que historia es un drama

Perdonen si la emoción

En mi garganta se derrama


Esto fue vertiginoso

Creo que en menos de un año

Bajé hasta fondo del infierno

Y esto me ha hecho mucho daño


Veinte años de mi vida

Se los deje a una empresa

Y me tiraron pa fuera

Sin disculpa y por sorpresa


Me señalaron la gran puerta

Por la que entraba cada día

Me fui con la esperanza muerta

Sabiendo que no volvería


Y cuando pasaron seis meses

Para mi ya fue la urgencia

Porque el paro se acabo

Y me quedé en la indigencia


Entonces el banco se cobro

La hipoteca con el piso

La mujer se llevo los hijos

Me quedé sin domicilio fijo


Fui limpiador y chatarrero

Vendedor de mercadillo

También cuidador de perros

Hay que los prefieren más que a niños


Los banquillos de las plazas

Son el salón de mi casa

Habitaciones casuales

Si dejan los municipales


Tengo una caja de cartón

Que me sirve de cobijo

Un poco de vino en un porrón

Para olvidar mi revoltijo


El carrito que voy tirando

Contiene toda mi riqueza

La ropa sucia que voy cambiando

Unas fotos viejas y mi flaqueza


Nunca quise ser un mendigo

Antes vivía como tu

Pero el poder del capital

Me quito el mínimo esencial


Sepan que nadie esta libre

De vivir este pavor

Hay que esconder su vergüenza

Para pedir una monedita por favor

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