Imperador da ralé Compadre Chico Bacharel Cordão, pulseira e boné Sorriso manso, olhar cruel
Devoto do candomblé Compadre, santo coração É homem de muita fé Só mata quando tem razão
Vai, pisa leve, mané Que aqui no morro ele é doutor Reza mandinga de fé É macumbeiro professor
Só tem paixão por mulher Se é moça pura ou moça flor Se é parideira não quer Se é complicada tem horror Respeita freira e pajé Mas tem pavor de cobrador
Arruma as coisas, mané E pula fora desse andor Se Chico pega no pé Não tem paixão, não tem amor Não sobra nada de pé Não sobra nada do senhor
É homem de decisão Estrategista de má-fé Armado por precaução Não gasta chumbo em pangaré
Compadre é calmo que só Escuta muito, fala não Tem paciência de Jó Só não perdoa traição
Toma cuidado, mané Que Chico pode se zangar Escuta a voz da ralé Respeita o dono do lugar
Chegado no arrasta-pé Compadre Chico é bom demais Requebra e quebra a mulher No dois pra frente e dois pra trás Se é moça certa ele quer Se fala muito não quer mais
Arruma as coisas, mané E pula fora desse andor Se Chico pega no pé Não tem paixão, não tem amor Não sobra nada de pé Não sobra nada do senhor