Que estrada mais longa Que não chega nunca Caminho tão duro Que coisa absurda Que nó na garganta Quem foi que fez isso Não vou saber nunca Ninguém me responde Que corte profundo Que dor infinita Um grito esmagado Na mão de quem grita Me tira as algemas Que prendem meus passos Nesse labirinto Eu sou um fracasso Nem bem chego aos trinta Me sinto acabado Pareço sucata Ferro enferrujado Do que me adianta Ter tanta vontade Se a vida não deixa Eu viver de verdade Dinheiro para isso Dinheiro para aquilo Até a vergonha Entrou nesse vício Meu deus que mal cheiro Nas mãos das pessoas E a vida não deixa Não deixa eu viver numa boa Você que se empolga Com capas de livros Não leu a metade Das coisas que eu vivo Não usa a caneta E diz ter cultura Não faz a cabeça Ganhar mais altura Será que tanto enfeite Se no fim de festa Eu tiro de letra O pouco que resta Por baixo da terra O bicho comendo O resto do resto Do corpo fedendo Meu deus o que é isso Prá que isso tudo Só sirva de adubo Num monte de lixo Meu deus o que é isso Prá que isso tudo Só sirva de adubo Num monte de lixo.
Obs.: álbum de 1982.
Compositores: Mario Lucio da Rocha e Silva (Mario Marcos), Mario Lucio Rodrigues dos Santos (Mario Maranhao) ECAD: Obra #6385582