Martinho da Vila
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Bacamartes do Sergipe

Martinho da Vila

O Canto das Lavadeiras


Aqui não tem areia
Areia só tem no mar
Chora nenem
Seu amor vai lher deixar
Oi deixa chorar
Pobre é quem nasceu sem sorte
Na maré do camarão
Quanto mais carinho faz
Mais recebe ingratidão
Oi deixa chorar
Aqui não tem areia...
Em Aguada no Sergipe
Vi cantar e vi chorar
Eram dois amantes juntos
Com pena de se partar
Ci, deixa chorar
Sinhá é hoje
Que a paia da cana voa
Sinhá é hoje
Que ela tem que avoar
Se lá no canavial
Ouvir um grito de dor
E depois uns choramingos
Foi a paia que voou
Sinhá é hoje...
Eu nasci com muita sorte
Na maré do caranguejo
Quanto mais amor eu faço
Mais aumenta o meu desejo
Quero ver queimar carvão
Quero ver carvão queimar
Quero ver queimar carvão
E a poeira levantar
O fogo quando se apaga
Na cinza deixa o calor
Meu coração tá quentinho
Porque é namorador
Quero ver queimar carvão...
Meu fogo quando se acende
No inverno faz calor
Seu coração é de outro
E eu não sei de quem eu sou
Quero ver queimar carvão...

Compositores: Martinho Jose Ferreira (Martinho da Vila), Batalhao de Bacamarteiros do Povoado de Aguad
ECAD: Obra #247367 Fonograma #15449817

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