Mauricio Baia
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Suíte Bourbon 1407

Mauricio Baia


O inquisidor pergunta ao preso
Se ele quer sair ileso
E lhe empurra um acordo
Que endurece os seus dez dedos
E assim de forma acuada
O réu assina a delação premiada
Que aplaudida ou vaiada
Quebra o fecho e vaza
O baú dos segredos

Tudo que se fala é posto como verdade
Nunca se prendeu tanto, em tão pouco tempo
Em uma mesma cidade
Os suspeitos, dedados, vem agora de todo o pais
Pra no Paraná serem encarcerados
Eu vejo isso da altura de um monte Evereste
Sentado em cima do Moro
Na Suite Bourbon 1407

Um novo round começa, todo dia tem mais
Notícias tramam na rede e inflamam jornais
O povo quer ver o que estar a acontecer
Como pode esse tremendo pagode no mais alto poder?

Será que a justiça acordou ou será que a justiça justiçou?
Eu não consigo ler, perdi os oculos que vem com a Tv!
Mas tudo está movimentado, possoas torcendo
Querendo apenas aquilo que preste
Eu vejo uma mesquita que parece uma maquete
Sentado em cima do Moro
Na Suite Bourbon 1407

A defesa do caso vem com a voz do Machado
Que invoca a constituição
Inquire o inquisidor, na igualdade de valor
Pra que se faça ampla a discussão!
Mas a coisa anda ao vento
Com sopros de nomes entregues pelo preço do medo
Uns dizem que é certo, outros dizem que é vesgo
Todos querem saber onde acacaba o fio desse novelo

Se a justiça é vendida ou se compra a quem quer se vender
No mundo há muita cobiça, eu sinto e ouço dizer
Vejo crianças correndo no pátio da creche
E um cartaz exigindo: privatizem a Odebrescht!
O povo anda doido, embrulhado em manchetes
E eu trocando de roupa onde o Diabo se veste
Aqui em cima do Moro
Na Suite Bourbon 1407

Compositores: Mauricio Simao de Moraes, Renato de Moraes
ECAD: Obra #13434452 Fonograma #12011518

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