Mauro Aguiar

Guinada

Mauro Aguiar


É a hora da onça beber água
A hora da força na guinada
A hora de quem mais nada espera
A hora da fera capturada
Beber um açude na golada
A hora que o tempo dá uma nó

É um nó na fronteira da fratura
A hora da mão precipitada
Que arranca uma fruta proibida
E leva uma bruta descompostura
Por bulir na árvore da vida
Mas pega a verdade e põe à nu.

Presta atenção...
Muita atenção...

Que a hora é essa não dá pra fiar conversa
Quem estiver com pouca pressa nem queira me acompanhar
Eu já disse a hora é boa, não dá pra ficar à toa
Quanto mais o tempo voa mais eu quero decolar.
É!
Luz de corisco, golpe de vento, navalha
Meu cavalo de batalha só me impele a batalhar, pois é!
Tempo parado é tempo que deteriora
Meu senhor, minha senhora, posso agora lhe provar:

Se um pequeno caga-fogo desfazendo o breu da grota
Acha de mudar de rota e vai luzir noutro lugar
Macaréu mais pororoca pode haver no Atacama
Basta Deus fazer a cama pro capeta se deitar lá...

( baixo)

Hora do sim
Hora da guinada
Hora que o não para e se distrai.
Hora de quem dá nó em queda d´água
Hora do vem que agora a coisa vai.

A alma repentina descortina um mais além
A luz da lamparina ilumina o mar também.

2X - (de) é a hora da onça.... ( até) ...
Se um pequeno caga-fogo desfazendo o breu da grota
Acha de mudar de rota e vai luzir noutro lugar
Olha pra cá...
O tempo vira se um rompante dá no coração do Exu!

Composição: Mário Seve / Mauro Aguiar

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