Lá vem o nosso compadre Coitado do Mário Ingrizia Trocando o dia por noite Virando noite em dia Pela hora do café Quer fazer filosofia. Cheio de papo cabeça Na fila da padaria De dia quer dar rolé Na madruga, calmaria.
Dizem que pegou fobia no dia em que à noite tomou um sacode Foi pegar um capilé Fizeram-lhe barba cabelo e bigode Acordou num cativeiro sentindo uma ardência, na periferia. Desde esse dia, pois é! Troca a noite pelo dia.
Lá vem...calmaria.
Contam que se trancafia com medo de lua e de bala perdida Enquanto o Jô tá no ar Só fala de trampo e de conta vencida. Fez um relógio de ponto pra sessão coruja de carpintaria. Na hora de se deitar Troca a noite pelo dia.
Lá vem...calmaria.
Falam que toda alvorada o tal se perfuma com a cara amassada Sai de manhã pra ralá Como se ele fosse zoá na balada Entra na repatição como se adentrasse uma danceteria. Esse só quer se enganar! Troca a noite pelo dia.
Lá vem...calmaria.
E corre a boca pequena que o morcego insone virou mariposa. Se posa de Don Juan Lá no cativeiro fez papel de esposa. Naquele noite fatídica quando descobriu que tudo trocaria. Acabou trocando até Aquilo que não queria.
Compositores: Mauro Martins de Aguiar (Mou Aguiar), Carlos Rodrigo Hue Ribeiro de Lessa (Rodrigo Lessa) ECAD: Obra #989361 Fonograma #805362