Nasceu de pau e preta Ela tá ligada que a vida é treta Na rima manda recado e não abaixa a cabeça
Nasceu de pau e preta Ela tá ligada que a vida é treta Na rima manda recado e não abaixa a cabeça
Travesti empoderada No rap escancara a realidade de quem já apanhou muito por ser trava Nem tá ligado como é Nem sabe um terço do que passará Na sociedade que te oprime, os homens querem te calar
Mas a neguinha resiste Chega de disse-me-disse Mostra pra que veio e existe Persiste, resiste
Mas a neguinha resiste Chega de disse-me-disse Mostra pra que veio e existe Persiste, resiste
Ei, preta
Rainha das ruas, dos quilombos Filhas de Dandara Teu sorriso transcende num mundo que não te ampara Entre o sistema que te oprime e a voz que te permite Grite aos quatro ventos o que te atinge o que te aflinge Mas nunca esqueça do seu proceder É difícil até pra sobreviver, ter algo pra comer A realidade preta, precária Isso na Tv não passa A sociedade é velada, é mascarada
Por isso que pro rap eu pago pau Essas minhas rimas organizadas me tornam genial Isso porque eu nem falei sobre ser lendas Várias travestis pretas nos palcos da vida falando de existência Com todo esse axé, preta, tu floresce feito baobá Só quer alguém que te mereça sem nem duvidar Que do chão cinza, concreto
Suas histórias escritas sem afetos Sua realidade preta marginalizada não desmereça Não desmereça Não desmereça Pras mana que nem se quer entendem da própria existência preta Sua resistência preta Sua aparência preta Apareça e se empodere A revolução será crespa
Rainha das ruas, dos quilombos Filhas de Dandara Teu sorriso transcende num mundo que não te ampara Entre o sistema que te oprime e a voz que te permite Grite aos quatro ventos o que te atinge o que te aflige O que te atinge o que te aflige O que te atinge o que te aflige Ei, preta Ei, preta