Eu tenho sangue nas mãos Poder na veia que corre sangue do gueto Sem freio Palavras de cunho obsoleto Meu corpo transita nas ruas da periferia Isso me alucina, me apavora Me abre feridas Sociedade move lá fora Quebrada: quebrada mas não ignora Análise a sua mente Agravante, delinquente Egoísta que transita Se esconde a luz do dia Não permita! Não julgue diferente Sociedade move atrás Eu na quebrada à frente Seu desgosto, pertence Dixava o aparente Cria um novo ambiente Contexto de muita maldade Sem pretextos de igualdade Sem apreço do 'empoderamento' Em análise do fundamento Com resquícios do capital Estado laico sem moral Não me deixa ser normal O crespo intimida multidões Capitões do mato sem reações Reaças a parte do cistema Travesty sem algema Temer não é a solução Nem a função do que diziamos em oração É fácil perder a noção Não é inovação É alienação Mas a solidão preta é real Ninguém aqui é imoral Junção do que foi real Resistir passou a ser normal Tem que ver pra crer Doa a quem doer Eu que não vou experimentar Querer sofrer Me intimidar 'in tei ra mente' suicídio do pensar Não adianta se desculpar É só me perceber Começa a me julgar Sem entender Mãos justiceiras que nem Deus pode acreditar Ele não vem me julgar É só ter que se envolver Mostrar que 'pretx' é chave no poder Empoderamento para ser Empoderamento para crer A minha duvida era justamente que Arte me move apenas pra entender Seguir, viver De um mundo que não sabe o que eu quero ser Existir, resistir E enfim morrer Nem homem nem mulher Apenas me reconhecer Enquanto ser Enquanto crer Enquanto eu estiver viva pra ver