Quanto tempo na favela não existe mais esperança? E eu te confesso não consigo mais lembrar do meu sorriso de criança. Amedontrado morador sai pro trabalho sem saber se vai voltar. E são aqueles que sumiram como escravos para poder trabalhar. Povo heróico que tenta viver a vida em condições surreais. E a classe alta acompanhando a favela em manchetes de jornais. Se vê um negro, um mendigo ou um menino na rua pedindo esmola, já sai voado, entra em seu carro blindado pra proteger sua sacola.
Chega da favela chorar! Chega de ver nossos amigos no chão a agonizar! Perder sua vida por causa da opressão, também quero meu direito de poder ser cidadão!
Ah, seu governo também tenho meus direitos mas eu sou discriminado. Se estou sozinho nas favelas sou suspeito ou então pobre coitado. Sem ter transporte, saúde e educação, como ter dignidade? Se o desejo do governo que eu elejo é me ver fora da cidade. Homens de preto mancham as ruas de sangue, pegam arrego e vão embora. Será que é esse o conceito de justiça que se ensina nas escolas? E o que resta é uma mãe desesperada sem saber o que fazer. Pedindo a Deus ajoelhada em oração, não deixe o meu filho morrer!
Chega da favela chorar, chega de ver nossos amigos no chão a agonizar, perder sua vida por causa da opressão, também quero meu direito de poder ser cidadão!
Compositores: Abel Luiz Oliveira da Silva Machado (Sivuquinha), Juliano Souza Fortunato (Mc Liano) ECAD: Obra #10118059