Se liga então agora no que eu vou te dizer Mandando através da mensagem Um relato de vida, pode crer. Vou contando uma história, E tú vai saber, a realidade e vários motivos Que fizeram um mano se perder... Desde os tempos de moleque Não teve uma vida fácil Sentia na própria pele O valor do desprezo, esculacho. E sem nenhuma condição, vivia na miséria (Coisa séria)
Para sobreviver ele tinha que fazer seus corres Perambulando nas ruas do centro, Jogado á própria sorte Correndo o risco de ser abordado Julgado como ladrão Mas o moleque era honestidade E nos corres tinha disposição Vendia saco de balas e fazia também Malabares lá no sinal Perdendo sua infância era só uma criança Na rua vendendo jornal Acordando bem cedo para batalhar Ao invés de brincar, pra ajudar no barraco Em busca do pão, e seus irmãozinhos sustentar
Juntava latinha e catava esterco, engraxava sapato Acordava bem cedo e descia os becos Pra chegar no asfalto, ficava o dia inteiro nessa correria Faltando na escola, e varias vezes não virava grana Com isso pedia esmola. Mas quase ninguém lhe dava atenção E por ele passava batido Ficava bolado, ele tinha razão E no seu rosto, o semblante sofrido E na volta pra casa cansado as vezes Não tinha um tostão Sua barriga vazia roncava Implorando um prato de arroz com feijão
Refrão Pai não me deixe morrer Me dê uma nova chance Prometo vou mudar Pois não quero ver a minha Mãe sofrer e continuar a lamentar Pai eu te imploro Pai não me deixe morrer Me de uma nova chance Que eu quero mudar, Não posso viver, viver nessa merce E continuar nessa vida Pai eu eu imploro.
Na subida do morro sempre deparava Com os manos da vida bandida Conhecia a todos e todos a ele Respeitavam a sua correria Mas a humilhação que passou nessa vida Foi tão grande que cansou E vendo os manos com tudo nas mãos A neurose bateu e lombrou Foi o suficiente, perdeu a cabeça E o moleque não estava mais firme E aos 15 anos de idade Ele entrava para a trajetória do crime Foi olheiro, vapor e também avião Depois chefe de plantão. Passou a gerente e não demorou muito Dois palitos pra virar patrão Tinha carros e motos, Status e fama E mulheres ao redor Uma vida de luxo regrada de grana Só pela venda de crack e pó Mas até que um dia sua casa caiu E foi nessa condição Que a polícia em peso subindo o morro Dava inicio a operação
Irmão, foi aí que aconteceu Intocado dentro da boca Ele ouviu o sinal de alerta Bagulho tava lombrado, iniciado lá na favela Fuga por entre os becos Na neurose a perseguição Procurado por todos os cantos Caguetado pelos vacilão Bate a milhão, coração dentro do peito Escondido em uma viela Foi que se deu o desacerto Encontrado pelo homem da lei Na aflição apontou sua arma Mas antes de puxar o gatilho Ele escutou o que não esperava Caído no chão, visão embaçada Dor no coração, respiração fraca E na sua mente as imagens passavam E ele implorava, implorava
Refrão Pai não me deixe morrer Me dê uma nova chance Prometo vou mudar Pois não quero ver a minha Mãe sofrer e continuar a lamentar Pai eu te imploro Pai não me deixe morrer Me dê uma nova chance Que eu quero mudar Não posso viver, viver nessa mercê E continuar nessa vida Pai eu te imploro
Por milagre divino ele não morreu E não aconteceu por vontade de Deus Teve uma nova chance, se recuperou Dois meses no hospital, do coma ele voltou Regenerado pagou o que devia 6 anos de reclusão com a justiça Largou o crime, a escuridão E veio para a luz E hoje é servo de Jesus
Todos tem o direito de errar, mas todos Tem direito a uma nova chance É o mensageiro le que liga!