Passei o passo no silêncio prolongado Passei do passo do futuro do pretérito Estropiado parei na praça do verbo Encontrei a frase, a frase sem sujeito Que sempre foi um jeito de não se apresentar Que sempre foi um jeito de não se apresentar
Cansei do passo do silêncio prolongado Pisei no calo cravado do passado Encorajado entrei no forro do vento Que sopra a mortalha do aço e do cimento Campo e alimento da fera secular Campo e alimento da fera secular
Rasguei o pálio do silêncio condicionado Passei do laço do silêncio alienado Me espantei do laço como gado no roçado
Afugentado entrei na mata da cara Encontrei de cara os olhos arregalados "tá" na cara os olhos açodados Dançando na cara, na cara do medo! Na nossa cara, cara do medo! O brasil dança na cara, na cara do medo! Na tua cara, na cara do medo Na minha cara, na cara do medo
Afugentado entrei na mata da cara Encontrei de cara os olhos arregalados "tá" na cara os olhos açodados Dançando na cara, na cara do medo! E dançando na cara, na cara do medo Mas dançando na cara, na cara do medo Na tua cara, na cara do medo Na minha cara, na cara do medo
Medo do desemprego, na cara do medo Da falta de teto, na cara do medo Da falta de afeto, na cara do medo Medo da violência, na cara do medo Da violência da violência, na cara do medo Medo! na cara do medo Medo! na cara do medo Medo!
Medo dos males do século xx Medo dos males do século xx Qual é a cara do medo É o medo do medo
Compositor: Jose Meramolim Santos (Meramolim) ECAD: Obra #265000