Miguel Abuelo

Estoy Aquí Parado, Sentado y Acostado (tradução)

Miguel Abuelo


Estou aqui de pé, sentado e deitado


Já perdi o cheiro de pêssego

Meus olhos veem fantasmas nas pessoas quando elas passam

Eu já mudei minha pele esses dias

Hoje sou outro e quando eu passo eles não me veem


Tempo apagado pelos meus dedos, não dói

Meu rosto no espelho não tem mais essa cor

Eu não reconheço mais a rua por onde ando

O lugar onde eu durmo não é mais meu lugar


Estou aqui de pé, sentado e deitado

Eu fui crucificado, mas tudo vai e vem


As coisas que vejo são coisas sem história

Sem tempo e sem memória, nada mais são

Eu estava muito sozinho, mas sozinho, sem memórias

Eu estava muito sozinho, mas sozinho e nada mais


Eu me aproximo de uma pedra e olho para ela sem pensar

Eu a toco sem nomeá-la, eu a toco e nada mais


Estou aqui de pé, sentado e deitado

Eu fui crucificado, mas tudo vai e vem


Não tenho nome não tenho amigos

Não tenho linguagem, não tenho verdade

Não tenho altura, não tenho deus

Eu não tenho ninguém para chorar


Este é o meu corpo, eu sinto minha alma

Em coração aberto, estrelas caem

Não tenho chaves para te dizer

Sempre tem a canção da liberdade


Eu sou um mineiro, meu objetivo é ouro

Eu acho isso nas dobras de qualquer batida

Espero amanhã da grande janela

O trapézio do tempo se afastou de mim


O jardineiro semeou e arbustos cresceram

Mas sua memória não o traiu

E a semente desceu do solo

Ele abriu sua couraça e um botão liberado

Estoy Aquí Parado, Sentado y Acostado


Ya he perdido el olor de los duraznos

Mis ojos ven fantasmas en la gente al pasar

Ya he cambiado de piel en estos días

Hoy soy otro y cuando paso no me ven


El tiempo al borrarse por mis dedos, no me duele

Mi cara en el espejo ya no tiene aquel color

Ya no reconozco la calle en que camino

El lugar donde duermo ya no es más mi lugar


Estoy aquí parado, sentado y acostado

Me han crucificado, pero todo viene y va


Las cosas que yo veo son cosas sin historia

Sin tiempo y sin memoria, son cosas nada más

Yo estuve muy solo, pero solo, sin recuerdos

Yo estuve muy solo, pero solo y nada más


Me acerco a una piedra y la miro sin pensarla

La toco sin nombrarla, la toco y nada más


Estoy aquí parado, sentado y acostado

Me han crucificado, pero todo viene y va


No tengo nombre, no tengo amigos

No tengo lenguaje, no tengo verdad

No tengo altura, no tengo Dios

No tengo a nadie para llorar


Este es mi cuerpo, siento a mi alma

En corazón abierto, caen estrellas

No tengo claves para decirte

Está siempre el canto de la libertad


Yo soy un minero, mi meta es el oro

Lo encuentro en los pliegues de cualquier latir

Espero al mañana de la gran ventana

El trapecio del tiempo se alejó de mí


Sembró el jardinero y crecieron arbustos

Pero su memoria no lo traicionó

Y la semilla bajó de la tierra

Abrió su coraza y un brote soltó

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